Tirando o atraso

Estou aproveitando que meu cérebro está funcionando hoje. Vou pagar outra dívida: meu amigo Marcelo escreve também. Mas ele é semi-afalnabeto ditijal e não sabe fazer blog, e pensa que eu sabo. Ano passado ele mandou um texto que causou uma boa discussão na sua roda de e-mails, da qual faço parte mas sou dos mais quietinhos. Sacumé, vergonha de falar em público. Bem, este texto é sobre as mensagens pré-fabricadas que as pessoas passam e repassam indiscriminadamente a todos os contatos. Ele o escreveu depois de receber da terceira, quarta, quinta pessoa o mesmo texto/piada/poema/pauerpoint bunitinho de pessoas diferentes. Mantive o texto original, que tem referências ao Márcio e ao Zé Del Ben, pessoas que vocês não têm o prazer de conhecer, a não ser que você conheça. Diz aí nos comentários o que é que você acha.

O texto a seguir foi escrito por Pablo Neruda dois dias depois de sua morte (desculpa, Marcelo, não resisti e coloquei o meu besteirol, pode me bater depois):

Caros amigos,
Mais uma vez dividi com vocês algumas idéias, impressões, sentimentos; e, convido quem estiver vivo e alerta a polemizar, simplesmente trocar idéias de maneira clara e objetiva. Assim tem feito o Márcio e o Zé Del Ben.
Estávamos trocando idéias (eu e o Zé) sobre como este meio importantíssimo para comunicação (a internet) tem sido desperdiçado pelos usuários. A internet, o outllook não servem tão-somente para repassarmos besteirol. Não podemos reproduzir estas mesmices pois somos seres com conteúdo e com vivência as mais variadas e, simplesmente, estamos jogando no lixo nosso potencial para realmente comunicarmos coisas mais relevantes ao ser humano (conflitos, idéias, criatividade, arte , cultura, resistência, etc, etc, etc).
Estamos numa época em que as pessoas estão se isolando, atomizando, alienando, pulverizando e sumindo na poeira da rotina massacrante!...Por conta de quê esquecer-se de si mesmo ? Por necessidade de descolar milequinhentos réis, dois mil , três ? Creio que a qualidade de vida e de nossa interação vale muito mais que o vil metal.Parece que não nos sobra tempo para viver, apenas para cumprir obrigações, então viver torna-se uma obrigação também?
Nossa incomunicabilidade, como qualquer doença, pode tomar-se crônica, as máscaras podem endurecer em nosso rosto, e de tanto fazer média, vamos nos transformando em homens -média, medíocres, pulverizados e domesticados... Nesta rotina mórbida de cada dia vamos morrendo e entrando num tipo de embotamento cerebral, afetivo, repleto de passividade e desespero contido (reprimido). Alguém já pensou nisso? Ou melhor, alguém já sentiu isso ou estou falando com as paredes? Sem intensidade a vida não tem sentido, ao menos com meus amigos quero uma liberdade de movimento, de comunicação. Quem são meus amigos? aqueles desde aquele tempo até todos aqueles que quiserem ser hoje, aqui e agora, mas sem comunicação não dá!!!

Marcelo Stepon (04/2003)

Urra o sapo-boy: meu pai foi gay.

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