Hoje

Depois do almoço: Dor. Dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor. DOR!!! DOR, DOR, DOR, DOR, DOR, DOR, DOR, DOR, DOR! Pego o carro, vou para o hospital. Dor, muita dor. No caminho, me arrependo de ter vendido o rim direito, porque parece que o esquerdo parou de funcionar. Adeus, mundo cruel. Dor. Como é bom quando a gente está saudável, e a sensação do quanto isso é bom vem nítida quando você sente dor. Muita dor. O trânsito parado. Quero me levantar, sair do carro e ir correndo ao hospital. Que se foda, deixo o carro aqui mesmo. Estou com muita dor. Vamos, filha, o farol abriu. O FAROL ABRIU, PORRA!!! Depois de uma eternidade (dois minutos) consigo estacionar. Senhor, pegue sua senha aqui e aguarde ser chamado no painel verde. Senha 272, painel verde filho da puta chama o 260. Dor sentado, dor em pé, dor rolando pelo pátio do estacionamento, dor em frente ao guichê vendo que os atendentes estão sendo treinados e demoram MUITO para fazer uma simples consulta no sistema, dor ao tentar ler, dor ao tentar assistir a "corra que a polícia vem aí" na seção da tarde, dor ao constatar como a Priscilla Presley era (era?) gostosa. E a dor diminui. E sou chamado finalmente. E sou atendido por uma médica que me apalpa (será que meu umbigo está sujo? será que ela vai reparar?) e dá o veredito: Caro amigo, você só tem mais 60 anos de vida. Agora saia daqui e trate dessa dor nas costas.

Bem que me disseram que dor nos rins é bem mais forte. Eu nem quis bater em ninguém. Só naquela vagabunda do farol.

Dor nas costas... Caro amigo, bem vindo ao começo do fim.

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