Ânus oitenta

Achei um site descrevendo algumas bandas quase esquecidas da década de 80. Algumas esquecidas, mesmo. Outras nem conhecidas... Enfim, muita coisa que eu curtia está ali. Se vocês quiserem acham fácil no Google. Mas vou postar em doses homeopáticas as bandas que eu conhecia e gostava. Depois dou o endereço que tem mais coisa legal lá. Começo com:

Vzyadoq Moe

Dadaísmo em Sorocaba
Juntando influências de Einstürzende Neubauten e sons industriais, incluindo o uso de lataria musical na percussão, com vocais e baixo à la Joy Division, o Vzyadoq Moe, era uma das bandas mais estranhas dessa época. Com letras declamadas ao invés de cantadas e que renderam ao seu vocalista Fausto Marthe a aclamação da crítica, O Vzyadoq destacou-se em sua participação na homengem/coletânea "Sanguinho Novo", um tributo à Arnaldo Batista (ex-Mutantes), com uma versão apocalíptica para "Bomba H Sobre São Paulo".

A palavra Dada foi adotada por um grupo de jovens exilados, na sua maior parte pintores e poetas abrigados na Suiça e reunidos noCabaret Voltaire... O nome Vzyadoq Moe foi adotado em abril de 1986, por um grupo de jovens estudantes então quase todos menores de idade, radicados na cidade industrial interiorana de Sorocaba ( a "Manchester paulistana" ?! ), que gostava de Cabaret Voltaire, do Bauhaus e Joy Division. Nenhum deles sabia tocar sequer um instrumento. Em 1988 sai da prensa o primeiro "manifesto vinilista à nação" do Vzyadoq Moe, pela produtora independente Wop Bop, sob o nome "O Ápice". Formação: Fausto, vocalista e letrista; Marcelo e Jaksan, guitarristas; o baixista Edgar e Marcos, especialista em destruir latas, caixas de papelão e bumbos diversos com suas baquetas.

Para compor, alguns métodos nada formais. Edgar: "Qualquer um dos instrumentos pode achar um fraseado, uma sonoridade interessante a partir do caos inicial. Daí, os outros seguem atrás daquela idéia, de improviso, e acabam acertando". Marcelo: "Não existe lei. Às vezes o baixo faz a linha da guitarra, a guitarra marca o ritmo e a bateria define a melodia". Fausto: "Faz-se a costura e a melodia aparece somente quando todos os instrumentos estão tocando". Mrcos: "Tem música em que o baixo é uma terceira guitarra". Fausto: "Minhas letras não são escritas para serem letras. São poemas inspirados no expressionismo arcaico e em Clarice Lispector". Marcelo: "Nossas guitarras são rigorosamente iguais. Não existe aquela história de base e solo. Elas se atropelam, se fundem e fazem o ambiente". Marcos: "Se eu tivesse dinheiro para comprar um kit de bateria normal, eu não compraria. Procuraria investir em pedais e efeitos para completar minhas latas, em busca de melhores timbres". Todos: "Temos medo da tecnologia. Ela pasteuriza tudo. Ela interessa apenas para valorizar o som acústico. O único instrumento digital que utilizamos na gravação foi um sampler, para brincar com a voz e a bateria, mesmo assim muito discretamente..."

Entre gravações e mixagens, o Vzyadoq Moe ficou duas semanas no estúdio. Para produzir seu LP, chamaram o músico, jornalista e integrante do grupo Chance, José Augusto Lemos, o Scot.


Ouvindo: Vamo batê lata.

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